Chicago, 8 de Outubro de 2017.

O dia amanheceu lindo sem uma nuvem no céu assim como eu imaginei nos últimos 10 meses. Eu e a Isa (minha esposa) fomos caminhando até meu o gate. A vibração nas ruas era impressionante, um mar de corredores que treinaram meses pra esse dia. Me despedi e entrei em direção ao meu curral, ali pude perceber a dimensão do evento. Estava concentrado e mentalizando a prova, o locutor anunciou o hino nacional americano, e 40.000 vozes cantaram juntas, a ficha começou a cair!

Eu ia correr a minha primeira maratona em Chicago! Me emocionei e vi diversas pessoas com lágrimas nos olhos. É a forma mais genuína de emoção que o esporte pode proporcionar. Você está ali pelos seus sonhos representando sua família e seus amigos.

Ouvi o tiro da largada, respirei fundo, rezei e acelerei. A maratona de Chicago é mágica, 1.7 milhões de pessoas nas ruas apoiando os corredores espalhadas pelos 29 bairros que a prova atravessa, um verdadeiro city tour! Jamais vi nada parecido. Uma aula. Uma energia única. 

Corri com um sorriso no rosto quase a prova toda, eu estava feliz demais e bem condicionado.Batia em cada mão estendida em cada cartaz de apoio, e como corri com meu nome na camiseta, quantos berros de apoio eu ouvi! E agradeci todos! De arrepiar só de lembrar. Mas nem tudo são flores numa maratona, no km 37 um urso de 200kg subiu nas minhas costas, as pernas adormeceram, o sol castigava os atletas, tô correndo no RJ porra? Meu emocional estava a ponto de ruir, quando de repente eu vi a minha mulher que invade o percurso e corre uns 300m comigo me dando o incentivo final. Não sentia mais as minhas pernas!!! Vejo a placa de 800m pro final, parecia mais uma miragem, uma pequena subida que aquela altura parecia o everest!!!! Termino a subida, e vejo o pórtico!
A chegada é a conquista, o êxtase, o desafio cumprido depois de 10 meses de entrega total, Não tenho palavras pra descrever o turbilhão de emoções que foi cruzar essa linha de chegada.

Eu só conseguia agradecer….